quinta-feira, 22 de novembro de 2012

PROPOSTAS "INDECOROSAS"

Em minha atuação profissional atual como consultor em controle de pragas, coisa que tem me absorvido de forma crescente, tenho tido a oportunidade de examinar inúmeras propostas técnico-comerciais de empresas controladoras de pragas para meus clientes. Tenho visto de tudo! De propostas bem elaboradas a verdadeiras excrescências e, por isso, resolvi comentar um pouco esse assunto. Concordo que o nível geral dessas propostas melhorou muito, considerando, por exemplo, os últimos 30 anos. Naquele tempo, o importante era “encher linguiça”. Quanto maior o volume da proposta, mais impressionava o cliente em potencial. Eram páginas e páginas de... nada! Dos meus guardados, pincei uma proposta daquele tempo de uma empresa (bem pequena na época) e transcrevo um pequeno trecho: -“... e, como sabemos, a barata tem uma capacidade impressionante de sobrevivência, resistindo inclusive a uma explosão nuclear. Destarte (essa palavra estava em moda na época), não adianta eliminar somente as baratas adultas; é preciso também eliminar as larvas (opa!) e os ovos”. E o texto seguia em frente com alguns tropeços ocasionais. Só nessa parte das baratas, tinha uma página e meia de blá blá blá... Depois vinha roedores, vinha moscas, vinha mosquitos e assim por diante. Do outro lado desse barbante enrolado estava o cliente, possivelmente um executivo, pois a tal proposta era dirigida a uma indústria. Embasbacado, impressionado ou já aborrecido com aquele palavrório todo? Afinal, ele só queria saber quanto iria pagar pelo serviço! Pois bem, o mundo mudou, as pessoas mudaram. Hoje, esse mesmo executivo iria no máximo pulas da folha de rosto para a última, onde deveria estar o preço, desprezando completamente o existente entre elas. Sabem por que? Por absoluta falta de tempo! Hoje, a moeda de troca chama-se tempo. Os abusivos discursos de algum participante de uma reunião empresarial, só entendiam os demais e se o chefe for esperto, corta logo o babado e exige que se vá direto ao ponto. Propostas extensas, às vezes nem são lidas e se minimamente lidas, desprezadas. Portanto, propostas técnico-comerciais como as que compilamos em nosso ramo profissional, devem ser concisas, precisas e se aterem somente aos pontos essenciais ou vitais para a compreensão dos objetivos. De acordo? Mas, entretanto, continuo a ler propostas de algumas empresas controladoras de pragas com imensos palavrórios desnecessários, às vezes até repetitivos. Não corram o risco de terem suas propostas não lidas ou mão consideradas. Sejam objetivos e discutam somente o que interessa. Ninguém mais julga o cabedal técnico da empresa pelo conteúdo da proposta. Esse aspecto é muito mais relevante na entrevista pessoal que ocorrerá entre o executivo contratante e o representante da empresa a ser contratada. Pensem nisso!

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

EXTRA, EXTRA: FINALMENTE O "CHUMBINHO" FOI BANIDO!

Hoje (05/11/2010) a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) anunciou a proibição de produção, comercialização e uso de qualquer agrotóxico à base de aldicarb, um defensivo agrícola fabricado pela Bayer com o nome comercial de Temik que, embora destinado contra ácaros e nematódeos exclusivamente em culturas de batata, café, citros e cana de açúcar, vinha tendo desvio de uso e empregado ilegalmente como raticida há muitos anos. Vendido em qualquer esquina e feiras livres nos centros urbanos em pequenos frascos daqueles que se usa em certos antibióticos injetáveis, a um preço muito barato, o agrotóxico tornou-se popularmente conhecido com o nome de “chumbinho” e passou a ser responsável por quase 60% dos 8.000 casos de intoxicação humana que ocorrem no Brasil quase todos os anos. A Bayer anunciou que encerrou as importações do ingrediente ativo aldicarb, sua industrialização e comercialização, comprometendo-se ainda a efetuar o recolhimento de qualquer sobra do produto em posse de agricultores. O criminoso comércio do tal chumbinho, geralmente a pessoas desavisadas e de baixa renda, provocou incontáveis acidentes intoxicativos em humanos e animais, muitos dos quais foram a óbito. Há também incontáveis registros de tentativas e assassinatos cometidos com esse produto. Vamos ver qual será a reação da bandidagem, talvez contrabandeando o produto de algum país vizinho cuja legislação não seja tão rígida. Quem viver, verá!