quinta-feira, 14 de outubro de 2010

CONTROLANDO MOSCAS NAS INSTALAÇÕES – PARTE I


Como prometi aí da coluna de Perguntas&Respostas para os leitores Edson Correia e Rodrigo Leal, vamos comentar alguma coisa sobre o controle de moscas domésticas. O assunto é realmente vasto porque, se existe um inseto muito estudado, ao lado das baratas, é a mosca comum (Musca domestica). Sempre gostei desse tema e no laboratório produtor de biocidas em que trabalhei por 23 anos, me envolvi tecnicamente no estudo das moscas e dos produtos destinados ao seu controle. Aliás, como fiz com escorpiões e roedores, dois outros temas muito interessantes para mim. Sob o patrocínio daquele laboratório, tive até a oportunidade de escrever e publicar três manuais sobre essas pragas e que tiveram ótima aceitação na época. Eu disse que o assunto moscas é vasto e seria impossível em um blog discutir todos os aspectos do tema, razão pela qual vou apenas partir das perguntas que o Edson e o Rodrigo fizeram e comentar alguma coisa pertinente.
Combate químico ou combate mecânico? Os dois! Armadilhas mecânicas ou elétricas, redes, cortinas de vento, globos pega moscas, armadilhas colantes, todos têm seu lugar no combate a moscas. São dispositivos que se corretamente utilizados, podem fazer grande diferença para diminuir o número de moscas adultas infestantes no interior de uma instalação. Vamos ver alguns pontos desfavoráveis em cada uma delas, só como exercício. Aquelas armadilhas luminosas que fritam sumariamente as moscas, muito comuns em padarias da esquina, açougues do bairro, botecos e restaurantes, e mesmo em indústrias alimentícias, apresentam o inconveniente de literalmente explodir os insetos que tocam na grade eletrificada e partes de seus corpos caem aleatoriamente ao derredor; muito cuidado, portanto, aonde dispor tais aparatos. Por outro lado, nem sempre a tal da lâmpada ultravioleta, anunciada por alguns fabricantes como fator de atração para as moscas, são atrativas, pois podem ser simples lâmpadas pintadas de cor azul-violeta e não atraem porcaria nenhuma, puro engodo; só alguma mosquinha ainda jovem e sem experiência cai nessa! Melhor é empregar a armadilha colante que é bem parecida com a anterior, só que não eletrocuta nada e ninguém. Há uma série diversificada de fitas e fios colantes pega moscas que podem ser úteis, mas obrigatoriamente devem ser colocados expostos às moscas, mas à vista humana também, na maioria das vezes. Nem sempre um cordão repleto de moscas grudadas impressiona bem! As telas de nylon ou metálicas são formidáveis para impedir a entrada de moscas em portas e janelas, mas rompem-se com freqüência especialmente junto às estruturas de sustentação; essas rupturas podem passar despercebidas. Não pelas moscas. As cortinas de vento dispostas sobre o vão das portas são muito eficientes para impedir a passagem de moscas e outros voadores. Contudo precisam ser constantemente inspecionadas e reguladas para que nenhum ponto da passagem não esteja coberto pelo vento produzido pelo aparelho, pois será exatamente por ali que o desfile das moscas vai passar. Os notórios globos semirrepletos de moscas mortas e maceradas que atraem pelo forte odor de feromônios exalados dos cadáveres, têm o (grave) inconveniente de produzir um odor incrivelmente nauseabundo, fétido, horroroso que deve ser irresistível para as moscas. Afinal, tem gosto para tudo. Não podem por isso ser empregados em instalações (nem perto). Há ainda os “painéis papamoscas”, estes sim de grande eficácia, mas que vamos abordar no post seqüencial deste.
E tem o combate químico. Falo disso em um próximo post, porque este aqui já está virando uma epístola.

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